sexta-feira, 24 de abril de 2009

Valsa com Bashir - de Ari Folman

Juro que fui numa daquelas sessões calmas, esperando apenas me entreter, comendo uma pipoquinha inocente, sem maiores consequências.
Esse jeito "novo" de documentar nosso "Admirável Mundo" foi essencial pra não depararmos de cara com o que viria.
As animacões criadas para o filme são tão densas, hipnóticas e sensoriais que não nos desvia do sentimento real de toda a coisa: Guerra. Seja ela dos campos ou a travada interiormente pelo nosso protagonista "animado".
Partindo do princípio que o diretor realmente esteve lá, não deixa de ser um filme muito corajoso, no tocante ao assunto e na condução, com seu "timing" justo e certeiro.
Como em qualquer batalha, muitas vidas foram ceifadas inutilmente, covardemente, injustamente, nos deixando aqueles últimos "frames" agonizantes. Não entrarei em maiores detalhes, Vá assitir!
Mas se repararmos bem, a animação já nos dava indícios de tudo isso, com uma lente mais bonita de se ver a crueldade, se é que é possível. Certas interrupções alucinóginas ali, um desvio pro mesmo lugar, acolá. A ferida já estava exposta.
Bela Obra.

"A Falange Cristã libanesa foi responsável pelos massacres ocorridos nos campos de refugiados árabes de Sabra e Shatila, em 16 e 17 de setembro de 1982. As tropas israelenses permitiram que a milícia cristã entrasse nos campos para expulsar células terroristas que acreditava-se estarem lá. Estimava-se que haveria em torno de 200 homens armados nos bunkers da OLP construídos durante a ocupação.


Quando soldados israelenses ordenaram que a Falange Cristã deixasse os campos, eles encontraram muitos mortos de diversas nacionalidades árabes, incluindo crianças e mulheres (460 de acordo com a polícia libanesa e 700-800 de acordo com o exército israelense).


A matança foi realizada para vingar o assassinato do presidente libanês Bashir Gemayel e 25 seguidores seus, mortos num ataque a bomba, na mesma semana. Israel declarou-se indiretamente responsável pelas mortes por não ter previsto a possibilidade de violência por parte da Falange. O general Raful Eitan, Chefe de Staff do exército foi demitido e o ministro da defesa Ariel Sharon (futuro primeiro-ministro) demitiu-se."
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/History/Lebanon_War.html

Não creio que o fanatismo religioso seja um caminho a ser tomado para se chegar a qualquer lugar bom, ou melhor, necessário para a humanidade. Geralmente quem o faz, não pensa no próximo e sim se acha o "Povo Escolhido", ou os Descobridores, logo, senhores daquelas terras. Qualquer que seja a desculpa será sempre em detrimento a outra nação, cor ou bandeira.
Força aos da Palestina!

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